O Nó Górdio – Os alicerces que precisam ser construídos
- 3 de junho de 2016
- Posted by: Luiz Bersou
- Category: Gestão de Negócios ,
O Nó Górdio – um texto de reflexão
Górdio, rei da Frigia, para não esquecer a sua origem humilde amarrou a carroça com a qual chegou ao poder a uma coluna do templo de Zeus. Deu um nó que ninguém conseguia desatar.
O Nó de Górdio virou o símbolo dos problemas insolúveis. Alexandre o Grande chega, vê o nó, pega sua espada e corta o nó. Não desatou, cortou, mas o nó deixou de existir. Solução dos que enxergam fora da caixa.
O enorme cipoal de leis que estão a serviço do Estado, de seis direitos, de sua proteção e perpetuidade, estão destruindo a Nação no caso brasileiro. Os que estão sensibilizados ao problema
tentam desatar o nó.
A questão que se coloca é o que mais interessa ao Brasil, desatar o nó ou cortar o nó?
Os alicerces necessários
Nesse artigo tento sensibilizar os leitores por um longo debate que tive com Caio Marcio Rodrigues, a respeito do que consideramos alicerces legais do país e sua importância na continua geração dos problemas que enfrentamos a cada dia que estão destruindo o país. Enfrentamos o desafio de Alexandre o Grande. Desata o nó ou corta o nó?
Para entrar nesse tema, vamos aos significados das expressões Estado, Governo e Nação. Tudo o que dizemos a respeito dos problemas do Brasil acabam por considerar algumas dessas expressões.
Conceito de Estado
Como ao longo da história da humanidade o conceito de Estado se formou? Lembro que na formação da história encontramos as figuras dos povos mansos e dos povos violentos.
Os povos mansos foram aqueles que por razões naturais tiveram à sua disposição água, alimento, clima e vestimenta em quantidade suficiente para suprir e satisfazer a todos com dignidade, expressão muito importante nesse contexto. Não precisavam brigar para sobreviver. Nessa dinâmica de vida, formaram-se Governos, não se formaram Estados, pois tudo era muito simples.
Os povos violentos foram aqueles em que as condições locais eram sempre insuficientes para a sobrevivência com um mínimo de conforto e dignidade. A luta pela sobrevivência caminhou então, não pela luta para alcançar o bem comum, mas pela luta para tirar o necessário dos outros. Questão fundamental, pois aqui nasceu a teoria do direito de tirar dos outros, algo que o socialismo sustenta até hoje. O fator promotor foi a questão da dignidade.
Desse confronto entre os povos mansos e os povos violentos nasceram as raízes dos Estados. O estado foi concebido originalmente como recurso de defesa, coordenação, aglutinação para enfrentamento dos inimigos externos e pilhagem dos seus despojos.
Entramos então na arqueologia e antropologia. O Estado nasceu para o enfrentamento de situações e para isso criou a imposição de regras e confisco de recursos visando proteção. Nasceu o conceito de “Impostos”, que no fundo nada mais é do que o conceito de pilhagem voltado ao ambiente interno.
O importante aqui é a o Estado nasceu a partir da visão do inimigo. Ao longo dos séculos, para manter o Estado, inventaram-se guerras e quando não havia guerras para fazer, o inimigo eleito foi o próprio povo. Basta olhar o noticiário que encontramos essas questões no dia a dia da busca da sustentação do Estado a qualquer custo. Um dos exemplos atuais é a Venezuela. Rússia é outro exemplo entre tantos outros. Quando se diz que o Stédile tem um exército para enfrentar inimigos, estamos no mesmo jogo aqui no Brasil também.
Poder de Estado
Quando falamos de Estado, vem imediatamente ao nosso pensamento a questão do Poder do Estado. É onde está o arcabouço legal de uma máquina que se propõe a exercer a função de governar. Governar para o quê, qual objetivo, não está ainda em nossa pauta.
Vem a questão: o que se encontra dentro dessa entidade que se chama Estado? Fundamentalmente encontramos 5 entidades que representam o Poder do Estado. São 5 oligarquias representadas pelos:
- Políticos,
- Funcionários públicos e burocratas,
- Sindicalistas,
- Empresas privadas que prestam serviços ao estado,
- OAB e todos os seus advogados.
Em tese deveríamos incluir aqui uma outra oligarquia que são as Forças Armadas, mas elas não exercem o poder do Estado no dia a dia, entrando em ação somente quando o Estado está em risco. Em todo caso, cada militar é um funcionário público.
Em seu livro Psychologie des Foules, Gustave Le Bon chama cada uma dessas classificações, oligarquias, de “Foules” e discute a energia que se gasta para preservar, fazer sobreviver e perpetuar essas entidades e o imagético que as conduz.
Entrando no conceito de oligarquia, vemos que cada uma dessas entidades tem seus interesses próprios, tem sua visão de sobrevivência e luta em primeiro lugar pelo interesse da própria oligarquia. Nessa ordem de interesses, a Nação vem depois. O povo vem muito depois, cabendo a ele apenas pagar e obedecer.